mother! - Darren Aronofsky


"Um casal vive em um imenso casarão no campo. Enquanto a jovem esposa (Jennifer Lawrence) passa os dias restaurando o lugar, afetado por um incêndio no passado, o marido mais velho (Javier Bardem) tenta desesperadamente recuperar a inspiração para voltar a escrever os poemas que o tornaram famoso. Os dias pacíficos se transformam com a chegada de uma série de visitantes que se impõem à rotina do casal e escondem suas verdadeiras intenções."
Meu PAI do céu... O que é esse filme????
Sério... Ainda sem palavras. Ao terminar de vê-lo fiquei uns bons minutos só pronunciando palavrões. E de forma boa!!!!

Darren Aronofsky me surpreendeu e olha que só assisti o filme porque na época que estava nos cinemas foi super falado e o burburinho me gerou curiosidade. Escrever sobre ele esta sendo uma tarefa difícil, como falar do filme sem dar spoilers?
Sério quase impossível isso!

Tive que rever o filme para sentar novamente aqui e escrever sobre ele.
Na primeira vez que o vi foi pelo aplicativo do Telecine Play que tenho no celular e vi sozinha, na segunda já foi na tv e com companhia.

As duas experiencias foram muitos diferentes, na primeira não sabia nada do filme, nem enredo, nem nada, apenas lembrava que havia sido muito comentado. Já na segunda fiquei focada em pegar os detalhes que havia perdido, captando as referencias, além de observar atentamente as reações das pessoas que estavam comigo (parte até boa, porque percebi que o adolescente que estava assistindo teve um percepção sobre o caos de maneira muito diferente da minha e acabou completando "minha analise").

Vamos falar do filme então.
Bem, bem, bem... Começo dizendo que para quem viu Cisne Negro (só para deixar claro é do mesmo diretor, e também é roteirista de ambos) e terminou o filme achando bem ruizinho - contrariando a opinião de muitas pessoas, pois acharam o filme um máximo, e nunca mais pretende ver, tendo o DVD em casa, mãe! foi uma gratíssima surpresa.

Pra mim Aronofsky acertou a mão nesse filme, gostei do roteiro, a fotografia é incrível, ahhhh e as atuações, acho que posso dizer maravilhosas! Jennifer Lawrence simplesmente me surpreendeu demais, tá que já assisti outros filmes com ela e sei que ela atua bem, mas nesse ela esta magnifica. Javier Bardem sem palavras e Michele Pfeiffer rouba a cena.

O filme começa de maneira lenta e calma, o foco sempre se encontra em Lawrence, geralmente em seu rosto, obrigando ela a ter atuação muito expressiva. Mas o clima vai mudando aos poucos com a chegada de um estranho supostamente perdido, assim o mundo praticamente perfeito do casal (Lawrence e Bardem) acaba sendo invadido por desconhecidos e muitas coisas acontecem, muitas mesmo, sério, muitas.

Tentando não dar spoiler...
O roteiro é referência pura, para quem conhece o diretor já imagina que são referências bíblicas, sim coleguinhas, estamos falando de Deus e quase tudo o que lhe acompanha.
E pensando assim aparece outras pontos a serem pensados, como o caos, como fanatismo, como a humanidade em si e o que o ser humano é capaz de fazer.

Sofri um bocado em algumas cenas, principalmente quando o caos se inicia, foi incrível o trabalho de cenário, fotografia e direção. A personagem de Lawrence vai passando de ambiente a ambiente da casa e cada lugar esta passando por algum momento caótico ou de fanatismo e apenas com expressões faciais percebemos o que ela esta sentindo, eu fiquei angustiada e desesperada junto.
Outra cena que me atormentou muito foi o momento que Bardem entrega o filho para os fanáticos, na segunda vez que assisti o filme não consegui ver um dado momento da cena (virei a cara mesmo, de nervoso).

Obvio que Aronofsky fez o filme para provocar algo no telespectador, ninguém sai "impune" após assistir mother!, algo nem que seja desgosto a gente sente, mas acho que o mais importante é você enxergar além do obvio, fazer analises quase comportamentais sobre a sociedade, o mundo em si. Acho que é até válido analisar o relacionamento que Pai e Mãe tem (Bardem e Lawrence, esses são os nomes dos personagens, mesmo eles não se chamando de nome nenhum durante o filme), como com a chegada de outras pessoas esse relacionamento vai mudando.

E se você já o assistiu e simplesmente não gostou, assiste novamente, leia sobre ele nas milhares de criticas que tem na internet, talvez assim você entenda o meu ponto de vista e perceba que talvez o que diretor/roteirista quis fazer é um crítica a criação de Deus (o homem).

Queria poder falar mais, mas infelizmente é uma tarefa muito difícil falar sem dar spoilers.

E para completar... Não sei se notaram, mas até a presente data esse é o único post que conta com duas imagens, isso porque eu simplesmente me apaixonei pelos cartazes do filme. O artista autor mandou muito bem nessa construção, além de belas, pegam a essência dos personagens, e rola um spoiler nada discreto (mas só percebemos isso após ver o filme, o que deixa muito mais legal).
Passei bons minutos apreciando, analisando e pensando que técnicas o artista usou. A tipografia usada nessas imagens que coloquei foi a que mais me agradou, mas existe as mesmas imagens com um tipo gótico que remete as primeiras versões da bíblia. A designer aqui ficou boas horas enlouquecida com esses cartazes.

“Eu sou o que sou"

Deu curiosidade sobre o filme? Dá uma olhadinha no trailer.





mother!
Darren Aronofsky
Paramount Pictures
2017


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